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  • Foto do escritorFlávia Esper

Páscoa: você está pronto(a) para renascer?


Hoje é domingo de Páscoa, tempo de falar em renascimento, esperança e renovação. No hemisfério norte, a natureza floresce na primavera, depois das mortes e recolhimentos do outono e inverno. Muitas vezes, queremos renascer e renovar, mas, para isso, precisamos fazer as pazes com a morte. Não haverá primavera se, antes, não vier o inverno.


Não se pode renascer sem morrer. Para que as novas folhas e flores surjam, é preciso que as folhas e flores anteriores caiam. O novo pede passagem e, para que ele possa chegar e se firmar, temos de abrir caminho. Entender a morte, o deixar ir como uma preparação para o florescimento ajuda-nos a entrar em contato com a força cíclica da natureza e da vida, e a perceber que tudo tem seu tempo e importância.

Nossa sociedade fez da morte um tabu. Isso faz com que não olhemos para ela com respeito, mas com medo. Para que possamos viver novos momentos e ciclos, é fundamental fazer as pazes com o que precisa ir, com tudo aquilo que já cumpriu sua função, alegre ou dolorosa. É importante reverenciar o que se foi, despedir-se e deixar ir embora tudo aquilo que nos impede de viver mais plenamente, de ter as experiências que desejamos, de voltar o olhar para o presente, para o que surge agora, para o novo momento que a vida nos traz. Isso vale para objetos, atitudes, relações, trabalho, casa, sentimentos...


Viver a morte não é simples. Temos nossa parcela de apego, de costume, de medo do novo, por mais que o desejemos. Toda finalização é uma vivência de luto e este também precisa ser honrado. É ele que faz a faxina nos sentimentos, transformando dor na possibilidade de lembranças bonitas. O luto é o tempo necessário para que possamos sentir as perdas, processar as mudanças, concordar com a ausência. Enquanto não vivemos o luto, estaremos sempre presos ao passado e não poderemos estar inteiros(as) em nada novo.


Um dos maiores símbolos do renascer é a ave mitológica Fênix. A Fênix pegava fogo até transformar-se em cinzas e delas renascia vigorosa e plena. Ela nos recorda de que a força e a beleza sempre podem renascer, mas que, para isso, é preciso deixar o velho queimar até a última pena, deixar tudo que precisa ir embora.


Aliás, sabia que a palavra "embora" vem de "em boa hora"? Deixar ir embora é reconhecer o tempo certo das coisas, reconhecer os finais dos ciclos, reverenciar as histórias vividas, mas perceber quando já é momento de abrirmos mão delas.


Você está disposto(a) a abrir mão do que te impede de viver seus sonhos? Está disposto(a) a mudar atitudes, a abraçar verdadeiramente o novo e o momento presente? Que tal celebrar a renovação da primavera em duas parte? Reverencie o que se vai embora e depois abra seus braços para o florescer que chega.


Boa Páscoa!

Com amor,

Flávia.

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