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  • Foto do escritorFlávia Esper

O mundo é projeção de nós mesmos


Vamos olhar para dentro?

Tudo que vemos fora, por mais estranho que seja, espelha algo que temos dentro. Claro que, fora, tudo parece muito maior, mais intenso e mesmo mais cruel e absurdo. Mas, se não buscarmos o lugar dentro de nós em que o que nos incomoda no mundo ressoa, não seremos capazes de mudar nada.

Só podemos mudar a nós mesmos. Só temos ação sobre o que está dentro de nossos corações, pensamentos e atitudes. Se o de fora parece exagerado, é para que olhemos para o pequeno dentro de nós, para aquilo que, sendo pequeno e cotidiano, não conseguiríamos enxergar sem ajuda.

Por exemplo, se alguém é brutalmente assassinado apenas pela cor de sua pele, opção sexual ou classe, isso nos choca, nos incomoda, nos chama a atenção. Mas, se ficarmos focados fora, não vamos ajudar a combater os sentimentos que geraram a crueldade. Já, se, diante de uma situação extrema de preconceito, ódio e violência, olharmos para nós mesmos e nos perguntarmos, com total honestidade, onde estão nossos preconceitos, podemos fazer algo para mudar.

Talvez você não tenha preconceitos com cor da pele ou opção sexual, mas pode ter ideias pré concebidas(preconceitos) contra gordos, por exemplo, diminuindo-os ou achando que todo gordo é relapso. Ou contra pessoas que falam errado, debochando delas ou achando que são menos inteligentes. Pode ser avesso a pessoas com tatuagens, achando que são violentas ou marginais. Ou a pessoas que que morem em determinado local, escutem determinado tipo de música, seguem determinada religião ou usam um dado estilo de roupas.

Sempre que pré julgamos alguém por uma característica, ou que debochamos, fazemos piadas, temos uma opinião formada sobre determinado "tipo" de pessoa, estamos sendo preconceituosos. "Ah, mas eu não mataria alguém por isso", alguém pode dizer. Essa não é a questão.

A situação extrema deve servir para vermos até onde emoções, sentimentos, julgamentos e divisões podem levar. É como uma lente de aumento que mostra quão graves séculos de piadas "que não fazem mal a ninguém" podem ser. A cultura de um povo se constrói com a participação de cada um de nós. Se baixarmos as defesas, as desculpas e realmente olharmos - com total honestidade - para nossos próprios preconceitos, aí sim poderemos mudar alguma coisa.

Isso vale para tudo que vemos fora: corrupção, traição, violência, manipulação, querer se dar bem a todo custo... Quando conseguirmos usar o que acontece fora para crescermos como seres humanos, precisaremos cada vez menos de um mundo que nos exponha tão brutalmente aos absurdos.

Não é vergonhoso errar ou perceber-se preconceituoso de alguma forma. Todos nós passamos por isso. Honra não é esconder seus defeitos, mas admiti-los e tentar melhorar como seres. Só assim poderemos mudar o mundo e a realidade que nos cercam.

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